Palestrantes

JULIANO ANDRE BOGONI

Sou Biólogo, Mestre e Doutor em Ecologia pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina, especialização em Biologia da Conservação pela Universidade de Passo Fundo, MBA em Data Science and Analytics pela Universidade de São Paulo. Há 15 anos trabalho com ecologia e conservação de mamíferos, e devotado a ecologia numérica, ecologia teórica e estatística multivariada. Tenho 62 artigos publicados em revistas indexadas e com revisão por pares, dos quais assino como primeiro/último autor 30 deles. Fui pesquisador de pós-doutorado na Universidade de São Paulo, na University of East Anglia (Reino Unido) e na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Atualmente sou professor visitante na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e também faço parte do corpo docente da Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Bionorte).

A ecologia do Brasil desde a chegada das naus de Cabral

Os brasões que representam os condados municipais expressam padrões locais de economia rural, recursos naturais e uso da terra, características do capital natural e a herança cultural dos aborígenes ou dos colonos. Reconstruímos a linha do tempo econômica e política subnacional do maior país tropical do mundo usando brasões municipais para reinterpretar a ecologia histórica do Brasil. Foram avaliados todos os elementos de recursos naturais, biofísicos, agrícolas e etnoculturais de 5.197 brasões (93,3%) distribuídos em todo o Brasil. Extraímos covariáveis ​​socioambientais de qualquer município para compreender e prever as relações entre desigualdade social, degradação ambiental e a simbologia ecológica histórica. Analisamos dados por meio de redes ecológicas e modelos de equações estruturais. Nossos resultados mostram que o portfólio de simbologia político-administrativa nos brasões é uma ferramenta subutilizada para compreender a história das fronteiras da colonização. Embora o Brasil seja indiscutivelmente o país mais rico em espécies da Terra, gerações de líderes políticos têm historicamente falhado em celebrar esta biodiversidade, dando prioridade a uma simbologia representada por ícones de conquista de fronteiras e recursos naturais essenciais. A ecologia histórica brasileira reflete o esgotamento implacável do capital de recursos naturais, ao mesmo tempo que ignora profundas desigualdades sociais. A degradação dos ecossistemas naturais é generalizada na economia brasileira, refletindo um legado de desenvolvimento rural em expansão e contração que até agora não conseguiu proporcionar prosperidade socioeconómica sustentável.