Principal
Não há sol, há sóis! é um verso da canção Inclassificáveis, do poeta e cantor Arnaldo Antunes. Com a certeza de que a coletividade é constituída de muitos sóis, propõe-se, nesta segunda edição da Jornada de Estudos de Linguagem e Práticas de Ensino (JELPE), discussões sobre a diversidade étnico-racial brasileira, um tema importante e atual, que demanda ainda muita reflexão na sociedade e nos estabelecimentos de ensino, sendo este o objetivo do evento: pensar a alteridade e a diferença a partir de um aporte crítico-acadêmico. Para a Jornada, estão previstas atividades híbridas, com diferentes metodologias: conferência, mesa-redonda, oficina, comunicações e mostra de trabalhos de práticas de ensino. Sensível no trato social, o tema da Jornada envolve discussões sobre cultura, comportamento, atitude e educação. Assim, o evento constitui um espaço de observação social que pretende encorajar relações empáticas e progressistas, que vislumbrem espaços de convivências moderados. A II Jornada de Estudos de Linguagem e Práticas de Ensino (JELPE) é uma ação apoiada pelo Centro de Línguas e Linguagens e Observatório Social (CELLOS), pelo Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão (NUEPE) e pelo Grupo de Pesquisa Poder, Fronteiras, Estratificações e Memória (GPPFEM).
Caracterização e objetivos das atividades:
Conferência
A Conferência constitui uma atividade formal, acadêmica, desenvolvida em uma cena de evento, com o propósito de apresentar ao público presente uma perspectiva sobre um determinado tema, aprofundando reflexões sobre o assunto, teórica e criticamente. Na Jornada de Estudos de Linguagem e Práticas de Ensino (JELPE): Questões étnico-raciais nos exercícios de linguagem - “Não há sol, há sóis!”, haverá uma conferência de encerramento, a ser proferida pela Professora Tatiane Silva Santos, intitulada Literatura e resistência.
Mesa-redonda
A Mesa-redonda: Sociedades Plurais e Diversas tem como objetivo reunir pesquisadores que instiguem discussões sobre a diversidade. Pretende-se constituir um espaço de exposição de ideias, reunindo os pesquisadores, sob a mediação de Dra. Fabiana Souza de Andrade: Nasle Maria Cabana (professora Unemat), Cayndo Lopes Abdul (Mestrando UFR) e Fernando Kudoro Bororo (Mestrando UFR).
Nasle Maria Cabana trata de práticas pedagógicas em contextos educacionais atípicos como em comunidades indígenas do território brasileiro, onde os jovens convivem com mais de uma língua. Há um consenso de que a educação, nessas comunidades, deve ser bilíngue por causa de duas demandas: conscientização da importância do resgate e da valorização da cultura ancestral e da língua materna; necessidade do domínio da língua portuguesa que os possibilite acesso a informações e a se comunicarem no território nacional. O desafio é pensar e executar propostas de ensino para essas comunidades, salienta-se a importância de se fazer um diagnóstico prévio a fim de detectar qual é a primeira e a segunda língua, o grau de bilinguismo e se os procedimentos pedagógicos serão para atender aos processos de alfabetização e de letramento ou se para atender ao processo de aquisição de uma das línguas.
Cayndo Lopes Abdul Cadir traz uma discussão sobre Paulina Chiziane, uma escritora moçambicana que desenvolve sua literatura em Língua Portuguesa, em um contexto de grande diversidade de línguas: em Moçambique, outras vinte três línguas coocorrem na dinâmica linguística do país, que luta contra o silenciamento das línguas autóctones e, consequentemente, luta contra a exclusão das culturas ancestrais dos espaços de visibilidade. Atualmente, entende-se que a valorização das culturas linguísticas exige um redimensionamento legal e estrutural: legal porque a lei deve ser revisada para amparar o ensino de linguas maternas autóctones no ensino primário, sem que haja convergência para a Língua Portuguesa; estrutural porque o redimensionamento que projeta as línguas maternas locais, em processo de inclusão de milhares de estudantes, carece de preparar professores para esse importante exercício de revisão de valores linguísticos e culturais em um país de línguas e culturas plurais.
Fernando Kudoro Bororo discute a educação tradicional da criança bororo, que acontece na Báimuga (a casa do clã da muga: mãe, avó materna e tia-avó materna), no Bororo (pátio central da aldeia, onde ocorrem os encontros sociais e culturais) e na Aroeewai (centro cerimonial). Este último, a Aroeewai, é um lugar sagrado onde se transmite, por meio da língua bóe ewadáru e mediados por bóe eimejeras, edagas (tios maternos) e báris (xamãs das almas) às gerações mais novas o sentido e o significado de todas as coisas deste mundo material e do mundo dos mortos, onde vivem as almas dos ancestrais. Sua pesquisa parte do pressuposto de que a construção de uma escola na aldeia acelera o processo de aculturação, desprovendo os sentidos espirituais da Aroeewai, afetando a língua e as tradições ancestrais da aldeia.
Comunicações
As Sessões de Comunicações “Diversidades e outras questões identitárias” e “Sociedade, Educação e Cultura” têm o objetivo de promover um espaço de compartilhamento de pesquisas acadêmicas, concluídas ou em andamento. As trocas que se realizam nesses momentos constituem uma forma de fazer circular saberes e de instigar novos movimentos de investigação. No âmbito da II Jornada de Estudos de Linguagem e Práticas de Ensino, as comunicações serão organizadas por temas, pois, embora o mote norteador das atividades seja Questões étnico-raciais nos exercícios de linguagem, as comunicações serão de tema livre, com pesquisas em Letras ou em áreas afins, devendo os comunicadores apresentarem um resumo e identificarem a instituição de origem e o orientador.
Oficinas
A Oficina Mão nas Parlendas tem o objetivo de revolver o repertório de parlendas da cultura popular, instigando compreensões e conectando com as realidades sociais. Será dividida em dois momentos: o primeiro é colocar o acervo de parlendas em evidência, o segundo é buscar meios de ilustrar as parlendas.
Mostra de Atividades de Ensino
Que preto, que branco, que índio o quê? Somos inclassificáveis!
O título da Mostra inspira-se na canção Inclassificáveis, de Arnaldo Antunes, cuja letra destaca o caráter profundamente miscigenado da constituição do povo brasileiro. O objetivo Mostra é fazer uma apresentação pública de cartazes, objetos, textos, livros, fotografias reunidos ou construídos pelos licenciandos, sob o tema da diversidade, dando visualidade e materialidade às discussões críticas e teóricas sobre aspectos multiculturais e plurais da sociedade brasileira. Assim, trata-se de um exercício de linguagem que conecta temas relacionados a Educação, Línguas, Literaturas, Linguagens não verbais. A Mostra se realizará no mesmo espaço em que ocorrerá as Exposição Escritoras Afro-Latino-Americanas, realizada pelos licenciandos de Letras com Habilitação em Espanhol, e a Exposição Histórias Infantis Afro-Latino-Americanas, realizada pelos licenciandos de Pedagogia, em um esforço de somar e trocar ideias e expressões, além de promover a integração entre as licenciaturas. Por esse motivo a Mostra (assim como as Exposições) estará aberta ao público, para visitação e interação com o material disponível, durante toda a semana, de 8h às 19h, de segunda à sexta.
Título | Data Início | Data Fim |
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Humanidades Negadas: a subalternização do corpo negro feminino em Noémia de Sousa e Conceição Evaristo | 06/06/2024 | 06/06/2024 |
Profa. Ma. Jaqueline Oliveira | ||
Entre nós: juntos e integrados | 06/06/2024 | 06/06/2024 |
Prof. Adly Gaby (Haiti) Prof. Domingos Futana (Guiné-Bissau) |
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Sociedades plurais | 05/06/2024 | 05/06/2024 |
Debatedores: Nasle Maria Cabana (Unemat), Cayndo Lopes Abdul Cadir (UFR) e Fernando Kudoro Bororo (UFR). | ||
Mão nas Parlendas | 05/06/2024 | 05/06/2024 |
Profa. Dra. Shirlene Rohr de Souza Local: Biblioteca da UNEMAT Roo |