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[EVENTO PRINCIPAL] I Colóquio Letras e Humanidades: fronteiras e estratificações do discurso de 06/12/2023 a 08/12/2023

I Colóquio Letras e Humanidades: Fronteiras e Estratificações do Discurso

“Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança”[1]. Em construção altamente sintética, Hannah Arendt (Origens do totalitarismo, 2012, p. 593) expressa uma realidade que não possui começo e nem fim na história da humanidade, pois, seja qual for o tempo em que se vive, esse tempo é sempre sombrio. Em particular, neste fim de ano de 2023, eventos chocantes ou inesperados chamam a atenção de todas as sociedades: fenômenos de severidade extrema da natureza, crimes bárbaros contra corpos indefesos, guerras, reordenação não pacíficas de fronteiras geopolíticas, genocídios, intolerância política e religiosa tornam-se pautas de lutas ideológicas, com discursos redimensionados ao infinito, por meio de mídias digitais, pelas quais “as piores pessoas perderam o medo” de manifestarem ódios, preconceitos, intolerâncias. No entanto, mesmo diante deste cenário, não se pode perder a esperança, esse traço inconfundível da humanidade. Para o poeta Casaldáliga, a esperança é uma forma de rebeldia, de luta e de resistência, pois esperança, em seu modo de interpretar a palavra, não se alinha ao verbo esperar, mas à ação. A esperança faz agir, não esperar.

Assim, este Colóquio se propõe a provocar reflexões sobre alguns acontecimentos que estão em evidência, no Brasil e no mundo. Não se trata apenas de um constituir um observatório dos eventos sociais, mas de estabelecer um espaço de reflexão crítica desses fenômenos que impactam o sujeito discursivo e sobre seu comportamento. As discussões pretendem destacar o papel da Educação na formação de pessoas esperançosas, dispostas a contribuir para as transformações sociais. Com essas questões, o Curso de Letras, apoiado pelo Grupo de Pesquisa Poder, Fronteiras, Estratificações e Memória (GPPFEM), pelo Centro de Línguas e Linguagens e Observatório Social (CELLOS) e pelo Curso de Direito de Rondonópolis, propõe o I Colóquio Letras e Humanidades: Fronteiras e Estratificações do Discurso, a partir do qual duas questões serão tratadas de forma mais pontual nesta primeira edição: a violência contra o corpo feminino e a fragilidade das instituições frente às fraturas políticas, na cena mundial.

Com tal proposição, a Comissão Organizadora do I Colóquio Letras e Humanidades: Fronteiras e Estratificações do Discurso convida toda a comunidade acadêmica para participar dessas reflexões, que aspiram conectar os estudos acadêmicos aos eventos correntes na realidade do mundo, proporcionando leituras críticas e fortalecendo o desejo de transformar a inação da espera em ação de esperança.

Carga horária total: 15h

Evento gratuito



[1] Na tradução de Roberto Raposo, para a Companhia das Letras (Companhia de Bolso), tem-se a seguinte tradução: “Os piores elementos perderam o temor, os melhores perderam a esperança” (Arendt, Origens do totalitarismo, 2012, p. 593).

 
 
 
 
 
 
 
 
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Apresentação da cultura de Día de Muertos da tradição mexicana. 
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