ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR:REFLEXÕES SOBRE O MUNDO DO TRABALHO E O CAPITALISMO
As
convidadas para a o roda de conversa Professora Amanda Abadia Custódio e
Viviane Correa lembraram que o filme retrata assuntos já discutidos em sala de
aula como a revolução industrial, o capitalismo, e as relações de trabalho.
A
professora Viviane falou de como aquele movimento repetitivo lembrava a
revolução industrial, a produção em massa. De que quem faz a costura do cós é o
que faz o dia todo, quem costura só o bolso e assim vai. Amanda levantou a
questão da importância da educação financeira, pois no filme as pessoas
trabalham até 18h por dia e quando chega o carnaval que querem ir para a praia,
muitos vendem os eletrodomésticos e quando voltam tem que trabalhar para
comprar outra vez e mesmo assim repete todo ano a mesma coisa.
Discutiram a importância do tempo de qualidade e o valor do serviço, pois uma personagem
fala que ganha dez centavos por bolso costurado, mas que a vida dela e da
família é boa, mas ao mesmo tempo a imagem nos mostra ela na maquina costurando
e o marido e filho a mesa almoçando sem ela. Lenvantou-se a questão de quantos
bolsos ela precisaria fazer para ter uma renda boa, e que na fala dela em
nenhum momento colocou que nesse valor tem os gastos dela com energia elétrica,
ou o tempo que ela leva para ganhar um valor satisfatório a família.
Foi
ainda discutido sobre as relações de trabalho em que a maioria dos personagens falam
apenas das vantagens de ser autônomo, e nenhum fala das desvantagens, afinal em
tudo tem prós e contra. Como no caso de licença gestante, auxilio doença,
aposentadoria... O documentário em nenhum momento mostra ou fala de alguém que
paga a previdência privada ou publica. Mas muitos falam que a vida é pra ser
vivida, quando é para ir para a praia, que a vida é curta. O que nos dá uma
grande contradição.
Apenas
um senhor ainda mantém as tradições de pastoreio, da vida tranqüila do campo,
sem o barulho ensurdecedor de maquinas de costura o dia todo. O que nos lembra
que no filme apenas alguns usavam
protetor auricular. Até mesmo o diretor se mostra incomodado com o barulho e
movimentos repetitivos.