Palestrantes

AMANDA ABADIA FELIZARDO CUSTÓDIO

Graduada em Geografia Licenciatura pela Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão (2013); Mestra em Geografia pela Universidade Federal de Goiás/UAE de Geografia. Doutorando pelo PPG em Geografia da Universidade Federal de Jataí. Atualmente professora da rede estadual do Mato Grosso. Professora efetiva na Secretaria Estadual de Mato Grosso, desde 2018

ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR:REFLEXÕES SOBRE O MUNDO DO TRABALHO E O CAPITALISMO

As convidadas para a o roda de conversa Professora Amanda Abadia Custódio e Viviane Correa lembraram que o filme retrata assuntos já discutidos em sala de aula como a revolução industrial, o capitalismo, e as relações de trabalho.

A professora Viviane falou de como aquele movimento repetitivo lembrava a revolução industrial, a produção em massa. De que quem faz a costura do cós é o que faz o dia todo, quem costura só o bolso e assim vai. Amanda levantou a questão da importância da educação financeira, pois no filme as pessoas trabalham até 18h por dia e quando chega o carnaval que querem ir para a praia, muitos vendem os eletrodomésticos e quando voltam tem que trabalhar para comprar outra vez e mesmo assim repete todo ano a mesma coisa.

Discutiram a importância do tempo de qualidade e o valor do serviço, pois uma personagem fala que ganha dez centavos por bolso costurado, mas que a vida dela e da família é boa, mas ao mesmo tempo a imagem nos mostra ela na maquina costurando e o marido e filho a mesa almoçando sem ela. Lenvantou-se a questão de quantos bolsos ela precisaria fazer para ter uma renda boa, e que na fala dela em nenhum momento colocou que nesse valor tem os gastos dela com energia elétrica, ou o tempo que ela leva para ganhar um valor satisfatório a família.

Foi ainda discutido sobre as relações de trabalho em que a maioria dos personagens falam apenas das vantagens de ser autônomo, e nenhum fala das desvantagens, afinal em tudo tem prós e contra. Como no caso de licença gestante, auxilio doença, aposentadoria... O documentário em nenhum momento mostra ou fala de alguém que paga a previdência privada ou publica. Mas muitos falam que a vida é pra ser vivida, quando é para ir para a praia, que a vida é curta. O que nos dá uma grande contradição.

Apenas um senhor ainda mantém as tradições de pastoreio, da vida tranqüila do campo, sem o barulho ensurdecedor de maquinas de costura o dia todo. O que nos lembra que  no filme apenas alguns usavam protetor auricular. Até mesmo o diretor se mostra incomodado com o barulho e movimentos repetitivos.