Palestrantes

VIVIANE CORREA CARVALHO

Graduada em Licenciatura em Historia pela Universidade Federal de Mato Grosso (2008); Mestra em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (2011).  Atualmente professora efetiva da rede estadual do Mato Grosso.


ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR:REFLEXÕES SOBRE O MUNDO DO TRABALHO E O CAPITALISMO

As convidadas para a o roda de conversa Professora Amanda Abadia Custódio e Viviane Correa lembraram que o filme retrata assuntos já discutidos em sala de aula como a revolução industrial, o capitalismo, e as relações de trabalho.

A professora Viviane falou de como aquele movimento repetitivo lembrava a revolução industrial, a produção em massa. De que quem faz a costura do cós é o que faz o dia todo, quem costura só o bolso e assim vai. Amanda levantou a questão da importância da educação financeira, pois no filme as pessoas trabalham até 18h por dia e quando chega o carnaval que querem ir para a praia, muitos vendem os eletrodomésticos e quando voltam tem que trabalhar para comprar outra vez e mesmo assim repete todo ano a mesma coisa.

Discutimos a importância do tempo de qualidade e o valor do serviço, pois uma personagem fala que ganha dez centavos por bolso costurado, mas que a vida dela e da família é boa, mas ao mesmo tempo a imagem nos mostra ela na maquina costurando e o marido e filho a mesa almoçando sem ela. Levantou-se a questão de quantos bolsos ela precisaria fazer para ter uma renda boa, e que na fala dela em nenhum momento colocou que nesse valor tem os gastos dela com energia elétrica, ou o tempo que ela leva para ganhar um valor satisfatório a família.

Foi ainda discutido sobre as relações de trabalho em que a maioria dos personagens falam apenas das vantagens de ser autônomo, e nenhum fala das desvantagens, afinal em tudo tem prós e contra. Como no caso de licença gestante, auxilio doença, aposentadoria... O documentário em nenhum momento mostra ou fala de alguém que paga a previdência privada ou publica. Mas muitos falam que a vida é pra ser vivida, quando é para ir para a praia, que a vida é curta. O que nos dá uma grande contradição.

Apenas um senhor ainda mantém as tradições de pastoreio, da vida tranqüila do campo, sem o barulho ensurdecedor de maquinas de costura o dia todo. O que nos lembra que  no filme apenas alguns usavam protetor auricular. Até mesmo o diretor se mostra incomodado com o barulho e movimentos repetitivos.