Palestrantes

MAIRA BRÁS COSTA TERLIZZI

Possui graduação em Licenciatura em Letras Língua Portuguesa/Língua Espanhola pela Universidade Federal de Mato Grosso (2003) e Mestrado em Linguística (2017) pela Universidade do Estado de Mato Grosso.  Doutoranda em Linguística com a pesquisa intitulada "Identidades Cinza: os discursos circulantes sobre os pardos em redes sociais". É professora há 23 anos, tendo atuado como professora de língua portuguesa, literatura e língua espanhola na educação básica em escolas públicas e privadas da capital e do interior. É professora concursada da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) desde 2006 na área de língua espanhola.

MEU PÉ DE LARANJA LIMA: A LITERATURA E O CINEMA CONTANDO HISTÓRIA ( ADAPTAÇÃO LITERÁRIA)

A Doutoranda Maíra nos trouxe informações importantes como a de que o livro não é um diário, mas sim um romance baseado em memórias da infância de José Mauro Vasconcelos e de que ele foi dos poucos que escritores brasileiros que conseguiu viver de direitos autorais, pois o livro vendeu muito. Foi pontuado ainda a diferença entre as obras sobre os anos que são retratados, pois no livro é retrato por volta de 1925/1926, já a adaptação é por volta de 1970.  Contextualizando o período em que o vivia a queda da bolsa de Nova York e que impactou diretamente na economia mundial, afetando assim varias famílias no Brasil que ficaram sem ter empregos. Tanto que o pai do Zezé estava desempregado e bebia muito, e a mãe que saia para trabalhar, mas com o pouco que ganhava  a vida deles era de dificuldades financeiras.

            Foi levantada a questão da violência infantil, de como a criança apanha, sendo espancada em algumas vezes, mas naquela época ainda não existia o Estatuto da Criança e Adolescente, que só entrou em vigor em 1990 no Brasil. Tanto que vemos que o “Portuga” se sente impotente e nada pode fazer para ajudar o amigo diante dessa situação. Aqui ainda foi pontuada a maneira como se referiam a criança por ser “levada” como “diabo”, de que ele era ruim, e de como ele passou a acreditar e repetir que era assim. E de como é comovente quando ele diz que iria matar o pai “aos poucos dentro dele”, como a mágoa atinge a criança, e de como ela percebe tudo que ocorre a sua volta.

            Não podemos deixar de destacar a imaginação infantil e a proteção de Zezé ao irmão mais novo e de como era necessário se auto afirmar diante dos colegas, de como ele era capaz de grandes aventuras e que não tinha medo. E ainda de como foi impactante a perda de uma pessoa muito querida pelo Zezé de como foi o sofrimento dele ao perder o amigo.