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O XII ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, oportuno e indispensável, nomeou em 2022 a temática “Formação (crítica) em Pedagogia: em que rumo vamos?” A temática é necessária, porque traz a alunos, pais e professores, da educação básica à educação superior, o sentido político e pedagógico do evento, em meio as desqualificações da educação, ocorrida nos últimos anos. Na mesma medida que a temática nos indaga, ela também fornece os caminhos que resultaram na organização política, na resistência e na mobilização do que se derivou das inquietações, preocupações e muitas perguntas sobre a gênese e a totalidade das relações contidas no texto das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica, implicadas na Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação).

A pergunta também é teórica, teórica/prática, no sentido stricto do Curso de Pedagogia, pois, o curso objetiva pensar a sociedade, tendo como pressuposto o ser humano. Melhorar os processos de ensino e da aprendizagem é a objetivação que exigirá a superação da lógica individualista, resgatando o sentido estruturante da educação, perpassados pelas etapas da educação infantil e pelos anos iniciais do ensino fundamental, tarefas que serão realizadas pelo profissional pedagogo, cuja relação com o trabalho docente possibilita criar, protagonizar e emancipar os sentidos da sua formação.

As possibilidades emancipatórias que se dão por dentro da formação crítica, propõem no campo da ciência social, aproximar os estudantes e professores à reflexão para além da própria pedagogia, com práticas palpáveis, espelhadas na ruptura de outro mundo possível.  À luz do pensamento gramsciano, ainda temos outra tarefa a executar, fazer cessar a separação entre Homo faber e Homo sapiens.

A categoria da emancipação social acima citada, está relacionada ao princípio educativo do trabalho. A essa perspectiva emancipatória, o trabalho docente não assume a forma alienada/estranha, derivada da objetivação de uma formação em pedagogia para atuar na educação infantil, e outra para atuar nos anos iniciais do ensino fundamental. Objetivamente as estudantes e os estudantes dos cursos de pedagogia, são sujeitos das classes populares, são mães, pais e filhos, trabalhadoras e trabalhadoras que vivem da venda da força do trabalho assalariado. Se persistir a ideia da educação como produto da teoria do capital humano, a mercantilização da profissão pedagogo estará dissociada do trabalho docente como possibilidade de protagonizar a produção do conhecimento. A essa perspectiva formativa é fundamental associá-la a tradição da teoria crítica, para concebê-la como formação e trabalho docente, para além da criação objetivas das coisas, remetendo-a ao processo de criação do próprio ser humano.

Na literatura especializada e na história da educação, tem-se que a criança de 0 a 3 anos de idade, as de 4 a 5 anos e aquelas matriculadas no ensino fundamental de 9 anos, percorrem itinerários formativos com possibilidades que intercalam diferentes unidades de ensino, que se apresentam complementares, resguardadas a complexidade dos diferentes níveis do processo educativo, até a formação de uma base comum, não segmentada, aspecto primordial à etapa seguinte da escolarização.

Seguindo na direção oposta do processo histórico, encontramos determinado estranhamento das sociedades acadêmicas, fóruns representativos e movimentos populares ligados à educação, no que diz respeito à proposta de segmentação do Curso de Pedagogia, conteúdo expresso na Resolução nº 02/2019, do Conselho Nacional de Educação. Ainda no campo das proposições, ressalta-se que tal procedimento, se executado deixará de observar o processo de formação integral dos sujeitos, que ocorre na vida prática cotidiana e aqueles decorrentes dos processos formativos, que se dão na vida familiar e na sociedade, mas, preferencialmente aqueles que se dão em instituições próprias de educação, cujos métodos e técnicas são afeitas a quem ensina e a quem aprende, rompendo com a linearidade do tempo e do espaço. Nessa lógica, o sujeito da aprendizagem e o objeto da formação em Pedagogia, constituem não apenas uma trajetória semântica, mas, sobretudo uma perspectiva integradora na sociedade, em espaços de cultura e da produção da ciência. A busca pela natureza da formação e do trabalho docente no curso de Pedagogia, tem sido a forma de traduzir da realidade social, os anseios e os desafios que a temática deste evento procurará recuperar na formação crítica em Pedagogia, apontando caminhos e rumos.

Permanecendo no campo da formação e da socialização dos saberes produzidos no curso de Pedagogia do Campus de Sinop, serão realizadas concomitantemente a XVI JORNADA PEDAGÓGICA, o IV SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA e o IV SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO E RELAÇÕES RACIAIS – SER.